O Novo Gerente Geral: Quando Liderar Também é Controlar
- Ludwig & Poloni Educação e Consultoria
- há 7 minutos
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A liderança na hotelaria mudou — e quem não dominar os números, fica para trás.
Nos últimos anos, o perfil do Gerente Geral que o mercado procura mudou radicalmente. Não basta mais ter presença de palco, carisma e bom relacionamento com a equipe. O profissional que lidera a operação hoje também precisa ter domínio técnico e mentalidade de controller.
E aqui falo com propriedade: como headhunter especializado no setor, acompanho diariamente essa transformação. Seja em redes internacionais ou hotéis independentes, o discurso dos investidores e diretores é o mesmo: “Precisamos de alguém que cuide das pessoas, mas que também cuide dos números.”
📊 Quando o Controller Não Está Lá, o Gerente Precisa Estar
Muitos hotéis, especialmente fora dos grandes centros ou com estruturas mais enxutas, não contam com um controller dedicado. E isso não pode ser desculpa para voar no escuro.
Em um processo recente, um hotel de médio porte na Serra Gaúcha contratou um Gerente Geral com essa dupla habilidade. Ele assumiu a operação com a missão de reorganizar as finanças em até seis meses. Em quatro, já estava entregando resultado — graças a uma gestão analítica, com foco em custos, contratos e performance de todos os setores.
Esse tipo de liderança é cada vez mais comum — e essencial. O novo Gerente Geral é alguém que:
✔️ Passa no café da manhã perguntando da satisfação dos hóspedes ✔️ Mas também revisa o forecast com senso crítico ✔️ Sabe escutar o time, mas também cobra com base em dados.
🔁 O que muda na rotina de quem atua assim?
Quando o Gerente Geral também é o controller operacional, a rotina ganha método e clareza. Os melhores profissionais que acompanho aplicam rotinas como:
Início de dia com KPIs em mãos: diária média, ocupação, RevPAR, CMV, reputação, forecast, etc... Isso guia o foco.
Reuniões baseadas em dados, não em impressões: metas, correções de rota, análise semanal.
Leitura de DRE linha por linha: o GG precisa entender a saúde financeira como um executivo de finanças.
Construção colaborativa do orçamento e forecast: mais autonomia e mais responsabilidade.
Renegociação com base em números: não é feeling — é margem.
Cultura de resultado compartilhado: líderes de setores respondem por seus custos e entregas.
🧠 O que avalio como headhunter?
Nos processos seletivos que conduzo, as entrevistas com Gerentes Gerais são cada vez mais técnicas. Claro que valores, visão de liderança e alinhamento cultural importam — mas não bastam.
Aqui estão as competências que mais pesam hoje:
Leitura e interpretação de indicadores financeiros
Habilidade de tomar decisões com base em dados
Visão estratégica e execução disciplinada
Comunicação clara, que conecta o time aos resultados
Mentalidade de dono
Capacidade de equilibrar empatia com eficiência
Costumo aplicar cases reais de baixa complexidade. Um deles envolve um DRE com três alertas operacionais e uma meta de redução de custos. O candidato precisa propor soluções práticas. Ali, a diferença entre um líder moderno e um gestor do passado fica clara.
🎯 Dois cases reais que mostram a força desse perfil
Hotel de rede no interior de SP Sem controller, o novo GG assumiu a gestão total dos números. Em 90 dias, já havia redesenhado turnos, renegociado contratos e criado dashboards semanais. A rentabilidade melhorou mesmo fora da alta temporada.
Hotel independente no litoral catarinense A gerente geral sabia que o verão seria decisivo. Com ações como upselling estruturado, revisão do cardápio com base no CMV e nova política de lavanderia por volume, ela bateu recorde de lucro na temporada.
Em ambos os casos, o diferencial foi a fluência nos números aliada à liderança humana.
💡 Ser técnico não é ser frio — é ser estratégico
Assumir esse perfil mais técnico não diminui o lado humano. Pelo contrário: os Gerentes Gerais mais bem-sucedidos que conheço são aqueles que conseguem equilibrar acolhimento e rigor, empatia e método.
A gestão moderna é isso: cuidar das pessoas com inteligência, e cuidar da operação com intencionalidade. Entender que só há encantamento quando há resultado — e que o inverso também é verdadeiro.
🚀 O futuro da liderança na hospitalidade
A era do líder carismático, mas despreparado tecnicamente, está acabando. O novo mercado exige protagonistas completos — gente que lidera com paixão, mas que sabe exatamente o que cada linha do DRE representa.
Se você quer crescer na carreira, essa é a direção.
E se você recruta ou desenvolve lideranças no setor, fique atento a essa tendência: o melhor Gerente Geral é também o melhor gestor dos resultados.
👉 Para refletir:
Se você já está no cargo (ou sonha estar), responda com sinceridade:
✅ Você domina os indicadores financeiros do seu hotel? ✅ Sabe ler e interpretar DRE, forecast e fluxo de caixa? ✅ Você forma líderes com pensamento analítico e foco em resultado? ✅ Consegue equilibrar cuidado com a equipe e disciplina na execução?
Se sim, você está pronto para os melhores desafios. Se não, essa é a hora de investir no seu desenvolvimento.
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