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"Gentileza no ambiente de trabalho: vale a pena, sim. E eu vejo isso todos os dias."

  • Ludwig & Poloni Educação e Consultoria
  • 8 de mai.
  • 3 min de leitura

Durante muitos anos, associou-se o sucesso no ambiente corporativo a uma postura fria, direta e até mesmo agressiva. O “profissional de alta performance” era, muitas vezes, descrito como alguém duro, impaciente, implacável.

Mas quem acompanha de perto a movimentação de lideranças — como eu faço diariamente na minha atuação como headhunter — sabe que o jogo mudou. E mudou para melhor.

Hoje, empresas estão valorizando um outro tipo de postura: aquela que alia competência técnica com inteligência emocional. Aquela que sabe entregar resultados com respeito, escuta e presença. Aquela que entende que gentileza não é um adorno: é uma escolha estratégica.

Gentileza constrói ambientes emocionalmente seguros

Não falo aqui da gentileza superficial, feita apenas de elogios ou simpatia automática. Estou falando da gentileza real, que aparece nas atitudes concretas do dia a dia:


  • ouvir com atenção, mesmo quando se está com pressa;

  • cumprimentar as pessoas com o nome delas, com respeito;

  • acolher ideias sem sarcasmo;

  • saber discordar sem desmerecer.


Esse tipo de comportamento constrói o que chamamos de segurança psicológica, um dos principais fatores de alta performance em equipes, segundo estudos como o Projeto Aristotle do Google.

E vejo isso acontecer na prática: os profissionais mais admirados por seus times — e mais disputados pelo mercado — são aqueles que sabem ser humanos, mesmo nas situações mais difíceis.

Gentileza não é sinal de fraqueza. É sinal de maturidade.

Na minha trajetória conduzindo processos seletivos e acompanhando carreiras de executivos, é nítido: os profissionais que conseguem crescer de forma consistente são, quase sempre, aqueles que entendem de gente.

Sabem que liderar não é gritar mais alto. É fazer junto. É dar feedback com firmeza, mas também com respeito. É cobrar resultado sem esgotar emocionalmente o time.

Em um processo recente, por exemplo, ouvi de um CEO: "Quero alguém que entregue, mas que também saiba somar. Que a equipe confie e respeite. Não quero heróis solitários."

Essa fala diz muito. Cada vez mais, a gentileza tem deixado de ser vista como um “extra” e tem se tornado parte central do que se espera de uma liderança madura.

Empresas que valorizam a gentileza colhem bons frutos

Ao trabalhar com organizações que buscam transformar sua cultura, percebo um padrão: aquelas que realmente se comprometem com relações mais humanas são as que conseguem resultados mais consistentes.

Elas atraem talentos, retêm pessoas boas, evitam afastamentos por burnout e criam um ambiente de trabalho onde as pessoas querem estar.

Isso não significa ausência de pressão ou de metas — mas sim a construção de um clima em que é possível conversar, ajustar, crescer. Onde o erro não é punido com humilhação, e sim tratado como oportunidade de aprendizado.

Um diferencial competitivo que não está no crachá

A gentileza pode não aparecer no currículo. Mas aparece nos bastidores — e faz toda a diferença.

Ela se traduz na maneira como um líder é lembrado pelos colegas, na forma como uma equipe reage diante de um desafio, no clima da reunião de segunda-feira de manhã.

Em um mercado competitivo, onde competências técnicas podem ser parecidas, a forma como um profissional se relaciona com os outros é, muitas vezes, o que o diferencia.

E essa forma, quase sempre, tem a ver com gentileza.

Gentileza vale a pena — e começa nas pequenas coisas

Minha proposta aqui não é romantizar o ambiente de trabalho. Sei que existem pressões, cobranças e dias difíceis. Mas também sei, por experiência, que os pequenos gestos mudam o ambiente.

Responder um e-mail com cordialidade. Dar um “bom dia” de verdade. Agradecer. Cumprimentar a equipe. Reconhecer um esforço. Ter paciência com quem está começando.

Essas atitudes constroem cultura. Criam conexão. E, com o tempo, tornam o ambiente de trabalho mais humano — e mais eficaz.

Gentileza não é custo. É investimento. E sim, vale a pena.


 
 
 

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