PERGUNTAS OU RESPOSTAS?
“A liderança é uma habilidade que traz motivação e influência aos liderados, de forma ética e positiva, para que contribuam com entusiasmo no alcance dos objetivos da equipe e da comunidade da qual fazem parte”. Como bem descreve o conceito, em seu livro Leader Coach, José Roberto Marques não apresenta nenhuma novidade, embora traga uma reflexão importante para ser relembrada de tempos em tempos.
Um bom líder conhece seus colaboradores, sabe ouvi-los em sua essência, consegue criar o desejo de melhoria e investimento nos projetos aos quais estão expostas suas equipes. Para desempenhar de maneira mais eficaz esse papel, o líder precisa revisar suas atitudes, baseado na precisão e assertividade quando o assunto em questão é atingir suas metas.
Manter os liderados comprometidos e inclui-los nos processos de decisão que estiverem ao seu alcance, possibilitando a ausência da necessidade constante de supervisão, faz com o líder tenha mais tempo para pensar nas questões estratégicas da organização. Não é raro ver os gerentes e supervisores buscando trilhar esse caminho, mas nem sempre é tão fácil quanto parece, pelo simples fato de estarem acostumados a resolver as coisas de forma prática e objetiva, por conta própria, evitando a necessidade de retrabalho, e assim, abrindo mão de delegar.
A grande questão que contribui para acelerar o sucesso do líder é, ao invés de dar as melhores respostas, aprender a fazer perguntas poderosas e provocativas, que levem a equipe a refletir sobre o que se passa em seu interior, o que passa ao seu redor e nas mãos de quem está no poder de mudança.
Substituir as respostas para perguntas como: “de que forma faço isso?”, “como resolvo essa questão?”, “onde coloco essa mercadoria?”, por perguntas como: “em sua opinião, qual a melhor de maneira de fazer isso?”, “se soubesse resolver, como faria?”, “qual o melhor local para colocar a mercadoria, em sua opinião?”, enaltece as qualidades do grupo no que diz respeito à resolução de problemas, solução de conflitos e agilidade no desempenhar de suas atividades.
Em relação a uma pessoa que tenha a necessidade de, durante um dia de trabalho, fazer várias intervenções e questionamentos ao seu líder, podemos estabelecer algumas hipóteses, que para serem corroboradas devem levar em conta o local, segmento e sistema funcional de cada organização. São elas: falta de preparo e treinamento básico para desempenhar suas funções, insegurança e falta de confiança em suas capacidades, necessidade de chamar a atenção do líder, entre outras.
No momento em que passa a dar somente respostas, o líder estabelece uma forma de relação de dependência com o seu colaborador, fazendo com ele não tenha a coragem necessária de resolver as demandas a partir de suas percepções e opiniões, ainda que sejam tarefas rotineiras do cotidiano. Encorajar o grupo a pensar e possibilitar espaço para sugestões criativas podem trazer um grande benefício à empresa. No início pode até assustar, mas em um futuro breve, as pessoas irão se sentir mais seguras e responsáveis pelos bons resultados atingidos. Para que isso aconteça inclua nos seus desafios diários a seguinte premissa: responder menos – perguntar mais!